quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Arbórea

Como é que só eu posso imaginar
um reino erguido acima dos galhos
(vasto até onde a vista pode alcançar)
de cedros, abetos, pinheiros e carvalhos?

E quem, senão eu, para nele habitar?
Saciar a fome com folhas e bogalhos,
dormir no seu ventre, e ao despertar
deliciar-me com os seus frescos orvalhos

Deixaria para trás as povoações,
renegaria o mundo e as suas nações,
trocaria as cidades pelas giestas...

...quando as árvores fossem minhas imperatrizes
e o meu corpo se tornasse em raízes
e o meu sangue seivasse pelas florestas...

Coimbra, 23/01/2006

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