quarta-feira, 8 de abril de 2009

Quando

Quando eu morrer
e mais ninguém souber de mim
não quero mais flores
nem prantos, nem dores
ou dos jasmins opiáceos odores
preferia, de facto, que fosse assim

Quando eu enviuvar
e outra vez ficar só
não quero palavras de consolo
nem tão pouco o meu neto ao colo
como pude ser tão tolo
que julgasse nunca me tornar pó?

Quando eu casar
e na nave disser "Sim!"
diz "Sim!" também, meu amor,
que a vida a sós é estupor
combatamos, pois, o langor
eu junto a ti, tu junto a mim

Quando, por fim, eu nascer
leva-me para junto de ti
enterra os meus ossos bem fundo
infante parto deste mundo
não chores, meu bem, a vida é um segundo
e esta que passou já eu vivi.

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