quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Feminina

Quando a brisa que precede o beijo,
qual bailarina envolta em segredos,
dança ao de leve e cala arremedos
próprios de quem na alma tem desejo

aparece do nada como um sinal
a profetizar o ósculo certo
de duas bocas em estado terminal
doentes por não estarem mais perto

Ah! Essa brisa que as fadas outonais
oferecem às mulheres, como madrigais,
na noite fria pelos campos gelados

desperta a mente de desejo toldada,
lembrando uma súplica à noite entoada
com os sentidos abertos e os olhos fechados.

Coimbra, 10/09/2005

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