quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Melopeia

Versos meus mais não são que ruído,
ginetes caídos sem espada ou corcel
que vagueiam no ar, de ouvido em ouvido,
encontrando exílio na palidez do papel.

Cantatas fúnebres! Não passam de gritos:
são ais de dor e suplícios esquivos
que ecoam em linhas pespontadas de escritos,
tingidas por mares de tinta aflitivos.

Versos são lamentos vindos de alguém,
(cada quadra é um brado vazio e doente)
que gritam a sós por não haver ninguém
que escreva a gritar tudo aquilo que sente.

Coimbra, 21/12/2005

Sem comentários:

Enviar um comentário